sábado, 29 de janeiro de 2011

Eu vejo você.

Esse mundo é realmente ridículo.
Todos querem mostrar que são felizes.
Exibem essa maldita mentira como se fosse um troféu,
querendo provar que tudo que você é não é suficiente.
Subestimam suas palavras, e te fazem perder a confiança em tudo.
E você começa a ficar na dúvida, sair errante por aí, porque não gostam do seu cabelo, não entendem o que você quer.
As coisas todas perdem o sentido, e a cada segundo você sente a luta pesar mais.
Você só quer ser vista, ser compreendida, e não exige mais nada.
Mas a vida te desarma. Bem você não tem mais forças pra lutar.
Vai fazer o que? Desistir? Afinal, ninguém te vê, não é mesmo?

Não. Eu estou aqui. Eu vejo você.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Começo, meio e fim.

Ah, como eu queria te apagar de mim.
Apagar meus gritos desesperados pela dor de te ver partir,
em cada um dos meus mais profundos pesadelos.

Como eu queria dormir uma noite inteira sem acordar aos prantos
lembrando de como tudo acabou quando você se foi.

Eu só queria voltar a ser eu antes de você, mas eu não posso.

Só queria que tudo fosse como no começo:
Você lá e eu aqui, mas sempre juntos.



Foi no começo, é no meio e será no fim: amor.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Final alternativo de uma história real Parte II

Leia ouvindo Frozen de Within Temptation




Ele me olhava nos olhos com a expressão exata de quem estava tentando livrar alguém da morte. Bem talvez ele estivesse, eu só não saberia dizer quem.

-Me convença – Mal meus lábios terminaram de se mover e já começava a me arrepender amargamente de tê-los feito dizer isso. Eu estava indo contra mim mesma e criando essas malditas expectativas. Aliás, eu estava indo contra minha consciência.

Ele me ouviu e começou a falar. Estava muito convicto enquanto me respondia, dando motivos concretos. Aqueles olhos me mostravam que ele era capaz de qualquer coisa pra me fazer mudar de idéia. Foi quase impossível manter minha decisão. Involuntariamente deixei de prestar atenção nas palavras dele.

Seu cabelo se movia lentamente conforme o vento mudava de posição, o suor escorria por sua pele, seus braços queriam me abraçar, eu sabia disso porque também queria. Era como se sua boca gritasse meu nome, me fazendo ceder aos poucos. Mas eu não podia, eu havia prometido.

Apesar de ser a única a compreender tudo aquilo, e de saber o que estava acontecendo, eu não conseguia me manter longe. Meus braços se arremessaram com força ao redor de seu corpo e eu me segurei nele por alguns minutos como se eu não quisesse deixá-lo ir. Eu realmente não queria. Ele ainda caminhava e falava sem alguma alteração.

Repentinamente (ao menos para mim), ele parou:
- Chegamos. Ei, você não estava me ouvindo, estava? – A voz dele me despertou.

- Me desculpe, eu realmente não ouvi, mas você sabe que a minha decisão está tomada e tenho meus motivos.

- Esses seus malditos motivos não ME convenceram.

- Acredito piamente que você não goste de mim, nunca disse isso mesmo quando precisei das suas palavras.

Assim que terminei a última frase, fui surpreendida por um estouro e por uma simples questão de reflexo, acabei em seus braços. Depois de alguns segundos ele sussurrou algo no meu ouvido e só então eu notei onde estava. A sensação era tão boa, pude sentir seu perfume me envolvendo. Se abrisse meus olhos talvez tivesse que deixá-lo.

Ele repetiu:
-Você está bem? –Movi levemente a cabeça como resposta. Não quis quebrar a magia que a voz dele causava dentro de mim. Ele esperou que eu dissesse algo. Como eu me permiti emudecer, ele continuou:

- Se eu disser que gosto de você algo vai realmente mudar? Você disse que a decisão estava tomada e não permitiu dar-se uma chance. – Ele me abraçou ainda mais forte.

Eu me afastei pra poder olhar nos seus olhos:
-E o que me garante que as conseqüências serão melhores se minha escolha mudar? O que me garante que amanhã outra pessoa não estará ouvindo as mesmas palavras?

- Da ultima vez que disse para alguém que a amava, fui chutado e torturado por esse maldito sentimentalismo piegas.
- Eu não pedi que você me amasse. Eu preciso ir agora. –

Dei as costas com as últimas forças que eu tinha. Ele colocou a mão no meu ombro e me virei pra ele.

-Espera, lembra do meu desejo? Desejei um beijo seu. Dizem que quando ele é contado pra alguém não se realiza mais, eu já perdi minhas esperanças. Adeus.

Eu dei alguns passos e então algo dentro de mim gritou o nome dele, algo que já não podia ser controlado. Ele ouviu meu chamado. Veio correndo e me segurou pela cintura enquanto meus joelhos tinham perdido toda a força. Ele me beijou. Aquele foi o beijo mais cheio de esperança, de ternura e de desejo que eu havia recebido. Eu me esqueci de tudo. Esqueci que não podia, que não devia. Esqueci que não tinha garantias e me perdi naquele beijo. Ele me soltou vagarosamente. Outra vez, dei as costas e os primeiros passos doeram. Minhas mãos esfregaram meu rosto e voltaram molhadas. As lágrimas pesavam toneladas. Só então notei que aquele beijo foi uma despedida.



Nem todos os finais são felizes e nem por isso deixam de ser finais. Bem ou mal, tudo tem um fim.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Final alternativo de uma história real Parte I

Leia ouvindo The Power Of Love de Anneke van Giersbergen











Eu estava aninhada em seu colo, escorada em um de seus joelhos. As luzes da televisão eram como efeitos especiais naquele rosto angelical. Além dos sons do filme, diversas vozes que conversavam animadas eram audíveis no recinto, porém eu já não as distinguia, não conseguia prestar atenção no que se passava ao redor.

Seus olhos fitavam algo intensamente. Procurei. Ele assistia ao filme. De repente seus lábios se moveram e eu pude ouvir sua voz.

- O que foi? – Ele estava voltado para mim.

A voz dele era suave, calma, como uma brisa leve que soprava seu hálito doce nas maçãs do meu rosto. Ele estava realmente perto, e eu corava cada vez mais. Quase me perdi novamente nos meus devaneios.

- Espere. Não se mova. – Encostei suavemente minha mão no seu rosto. Uma carícia disfarçada. Abri a mão e mostrei a ele.

- Cílio! – Ele apertou o dedo fortemente contra o meu – Faça um desejo! – e cerrou seus olhos.

Fechei os meus também e desejei de toda minha alma algo que minha consciência não permitiria acontecer. Depois fiz outro desejo: que ele estivesse pedindo o mesmo que eu. Abri meus olhos, ainda meio inconsciente quando ele falou:

- Ganhei - Sem a animação que eu esperava, ele me olhou, com aquele olhar terno que só ele sabe dar. Aquele olhar que queria dizer algo ou talvez pedir. Mas no fundo ele sabia que nossos desejos não poderiam se realizar.